Minha Casa, Minha Vida

                     O mercado imobiliário brasileiro tem mostrado dinamismo nos últimos meses, com destaque para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Dados da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) indicam que, nos 12 meses encerrados em maio de 2024, houve um aumento de 12,8% nos lançamentos de imóveis em comparação com o período anterior. Em São Paulo, foram comercializadas 7.748 novas unidades residenciais em julho, totalizando 90,8 mil unidades vendidas no acumulado de 12 meses. O Valor Geral de Vendas (VGV) na capital paulista atingiu R$ 3,4 bilhões no mês e R$ 49,8 bilhões em 12 meses.

                       O MCMV, relançado em fevereiro de 2023, tem sido um dos principais impulsionadores desse crescimento. O programa passou por reformulações, incluindo o aumento do limite máximo de renda para a Faixa 1, de R$ 1.800,00 para até R$ 2.640,00 em áreas urbanas, além de taxas de juros mais baixas e aumento dos subsídios. A meta é contratar 626 mil unidades habitacionais até dezembro de 2023 e alcançar dois milhões de moradias até 2026.Entretanto, desafios persistem. Beneficiários do MCMV relatam atrasos superiores a dois meses para a conclusão dos processos de financiamento. Além disso, a Caixa Econômica Federal aumentou as taxas de juros em até 2 pontos percentuais para algumas linhas de crédito, embora as do MCMV tenham permanecido inalteradas.

                      O setor também está atento aos possíveis impactos da reforma tributária proposta, que prevê uma alíquota modal para incorporação fixada em 40%. Segundo Luiz França, presidente da Abrainc, há um risco de aumento significativo na carga tributária, o que poderia afetar a competitividade do mercado e o acesso à moradia.